quinta-feira, março 11, 2010

Bigbrotherizando as nossas vidas - Por Alexandre Inagaki


Eu, que sou do tempo em que Marisa Orth apresentava o Big Brother Brasil ao lado de Pedro Bial, no cada vez mais distante ano de 2002, ainda fico estarrecido quando descubro que nada menos que 20% dos adolescentes americanos já fizeram fotos ou vídeos nus ou seminus, a fim de publicá-los online ou enviar para algum amiguinho.
Para uma geração que possui ídolos como Paris Hilton ou Vanessa Hudgens, ambas desnudadas publicamente em poses e vídeos amadores que caíram na rede para o deleite dos onanistas de plantão, compartilhar imagens do próprio corpo torna-se um comportamento cada vez mais corriqueiro. A tecnologia facilita a autoexposição, e a falta de noção generalizada nesta era de reality shows garante a produção contínua de novos conteúdos para sites como Pérolas do Orkut.
Redes sociais combinam perfeitamente com esta era, facilitando o compartilhamento de informações que deveriam ficar restritas à intimidade de certos Joselitos, que pensam que outras pessoas anseiam por saber como anda a consistência de suas fezes ou o cardápio de seu café da manhã. Comportamento temerário, em tempos nos quais tudo que você publica na internet pode ser delatado por ferramentas de busca. O que dizer de pessoas que postam no Twitter ou Facebook que seus trabalhos são chatos ou tediosos, feitoConnor Riley e Kimberley Swann, e levaram um pé na bunda 2.0? Ou de gente que participa de algum processo de seleção, mas participa no Orkut de comunidades como “Eu Tenho Preguiça e Sou Feliz” ou “Eu Uso MSN no Trabalho”?
É lógico que imputar toda a culpa dessa era de autoexposição à internet e às mídias sociais em especial é como responsabilizar uma página em branco pelos crimes à literatura cometidos por autores de livros de autoajuda, ou afirmar que uma pessoa se tornou violenta porque viu muitos desenhos do Pica-Pau na infância. Porém, ao ver a quantidade de pessoas teoricamente bem esclarecidas que importunam os outros enviando todo santo dia “presentinhos” do Farmville, tuitam confidências amorosas ou informam o endereço completo de suas residências no Foursquare (rede social que inspirou a criação do site “Por Favor, Roube-me”), a conclusão a que chego é de que bom senso deixou de ser atributo default e passou a tornar-se qualidade cada vez mais rara.
Será que as escolas em breve precisarão criar disciplinas de netiqueta ensinando que não se deve aceitar balas nem e-mails com arquivos em anexo de estranhos? Ou que tudo que é publicado em uma página na internet é registrado e fica ao alcance de ferramentas de busca, podendo ser usado contra você um dia desses? Provavelmente. Afinal de contas, já vivemos uma época na qual câmeras de vigilância e sites como o Google Street View flagram nossos passos sem que percebamos. E, a partir do momento em que aplicativos como o Recognizr (um software de reconhecimento facial capaz de informar a qualquer estranho qual é o seu perfil no Facebook ou Twitter a partir de uma foto sua) tornarem-se de uso recorrente, orientar incautos a evitar o compartilhamento de certos dados pessoais em qualquer site será precaução tão importante quanto olhar para os lados antes de atravessar uma rua.
The Times They Are A-Changin’”. E, como bem afirmou Bob Dylan, “é melhor você começar a nadar ou você afundará feito uma pedra”. Saber aproveitar os novos recursos tecnológicos, a fim de fazer novos amigos e contatos em vez de carbonizar seu filme, é pré-requisito essencial em tempos nos quais o tradicionalcurriculum vitae está sendo substituído por um perfil no LinkedIn. Redes sociais são como cadernos em branco, que podem ser utilizados para escrever receitas de quiche, teses de doutorado, confissões sexuais ou poemas dadaístas: o meio não importa tanto quanto o conteúdo. Só não se esqueça que, ao contrário dos cadernos de celulose, tudo que você posta na Web pode cair direto na rede de qualquer pescador virtual. Uma vez pressionada a tecla “Enter”, um abraço. Neste estranho e admirável mundo novo, cada um de nós é o protagonista e o Boninho da bigbrotherização de nossas próprias vidas.

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Marketing de Guerrilha

Abaixo um video bem interessante do "bloguerrilha" que mostra várias situações onde o marketing viral / e ou de "guerrilha" é demonstrado..!

segunda-feira, janeiro 18, 2010

Marketing na crise: novas idéias de Kotler





Por Alfredo Passos


Em seu novo livro, ChaoticsPhilip Kotler e John A. Caslione, buscam formatar uma nova estratégia, que a partir de agora as empresas terão de instalar um sistema de alerta e resposta rápida, que lhes permita desenvolver rapidamente novos cenários quando a economia entrar em queda, o que deve acontecer com freqüência, e atuar neles.

Kotler concedeu entrevista exclusiva a José Salibi Neto, CKO do HSM Group, sobre a proposta "Sistema de Gestão do Caos", publicada na 
HSM Management 75, julho - agosto 2009.

Destaco uma das perguntas de 
Salibi: qual é o papel das redes sociais para as empresas neste novo mundo caótico?
Kotler: 
Redes sociais como Facebook, MySpace, Twitter e outras desafiam nossas práticas de marketing tradicionais.

Primeiro, por que as pessoas passam mais tempo conversando com amigos e família em seus computadores e telefones e, consequentemente, menos tempo vendo TV, cujos comerciais costumavam ser a maior fonte de influência publicitária...

Segundo, as empresas precisam descobrir melhores maneiras de identificar potenciais clientes com a mídia social...

O Twitter, que está mostrando rápido crescimento, é particularmente promissor por poder carregar mensagens curtas sobre uma marca para um número enorme de pessoas em seus computadores ou celulares.

Chaotics

Em seu novo livro, Kotler e Caslione, afirmam que o grande desafio do marketing será rever os gastos, área por área, como por exemplo:

  • Pesquisa de marketing: um pouco de pesquisa contínua sendo necessário para entender os clientes, para não seguir apenas a intuição e a experiência dos vendedores. Entretanto, podem-se cancelar custosos estudos que demoram meses e cujas conclusões são menos relevantes em tempos caóticos.
  • Publicidade: se a empresa investe muito em comerciais de 30 segundos, deve reduzir ou até eliminar essa publicidade. É preciso concentrar o gasto em seus mercados fortes e onde seja possível defender e expandir a participação. Além disso, vale transferir alguns fundos para novos meios digitais.
  • Distribuição: muitas empresas operam com intermediários (atacadistas, varejistas, agentes e outros), que transportam e vendem seus produtos. Na presença de um mercado deprimido, não é conveniente suprimir intermediários. O ideal é motivá-los, com promoções e incentivos. 
Vendas
Os autores aindam enfatizam que manter o orçamento de marketing é a melhor maneira de proteger as vendas.
Depois, é preciso evitar o pânico, e algumas medidas ajudam
:
  • Identificar os pontos fortes e fracos do grupo
  • Dispensar os vendedores cujo baixo desempenho seja suficientemente comprovado
  • Não se esquecer de que a queda da economia cria oportunidades, pois tudo está mudando.
Ainda na entrevista, Salibi pergunta se nunca mais voltaremos aos tempos normais?

Kotler em parte da resposta, comenta que nunca mais voltaremos à idade de ouro da normalidade.

John Caslione e eu (diz Kotler) achamos que os líderes empresariais precisam compreender isso de uma vez por todas. Fenômenos como globalização e digitalização introduziram uma nova dimensão de velocidade e interdependência em nossas vidas. Não há retorno possível.

Então o melhor é entender a proposta de 
chaotics management system, ou sistema de gestão do caos, que apresenta um retrato da empresa do século 21, onde a base é a atenção ao conjunto pronto de respostas a diferentes surpresas, choques e oportunidades que podem surgir.

Em síntese, eis o pensamnto dos autores.

Ao entrar em uma era de constantes e freqüentes períodos de turbulência econômica, os homens de negócios deverão ser capazes de desenvolver uma mentalidade prolífica apta a atravessar fases de intenso caos. Este instigante livro é único, à medida que traz aos profissionais e homens de negócios um guia revolucionário de gestão em tempos de crise, em cujo conteúdo será possível:
• Preparar cenários;
• Predizer vulnerabilidades;
• Evitar riscos enquanto avança nos interesses da empresa;
• Preparar, construir e determinar cenários flexíveis e dinâmicos;
• Precificar estrategicamente;
• Ajustar os produtos aos novos valores dos clientes, entre outros.

Neste clima de turbulência crescente, nenhuma organização sobreviverá sem visão, determinação e ação. 


Fonte edição original em inglês: Chaotics: The Business of Managing and Marketing in the Age of Turbulence by Philip Kotler, John A. Caslione

Edição em português: VENCER NO CAOS, Campus, 2009.